Entrou em funcionamento na sexta-feira (14) o novo sistema de monitoramento do campus da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) em Cuiabá, com câmeras inteligentes instaladas por meio do programa Vigia Mais MT, iniciativa da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp). A implantação se dá após a ocorrência de crimes no campus, como o feminicídio e estupro de Solange Aparecida Sobrinho, de 52 anos, em julho deste ano.
O sistema conta com 66 câmeras de longo alcance, integradas a um plano ampliado de segurança que envolve infraestrutura, tecnologia e capacitação de equipes.
“O objetivo dessa ação é justamente trazer essa sensação de segurança para a comunidade acadêmica, inibindo a entrada de pessoas estranhas ao campus da Universidade, porque todas as grandes ocorrências de furto, roubo, homicídio registraram que esses atos estão sendo realizados por pessoas que não fazem parte de nossa comunidade”, disse a reitora da instituição, professora Marluce Souza e Silva.
Feminicídio e estupro
O corpo de Solange Aparecida Sobrinho, de 52 anos, foi localizado na manhã de 24 de julho, em uma construção abandonada dentro da universidade, ao lado da Casa do Estudante Universitário (CEU).
O laudo oficial atestou que Solange foi estuprada e morta por asfixia devido à esganadura. O exame apontou a presença de sêmen nas cavidades vaginal e anal, sendo o DNA compatível com Reyvan.
O mesmo perfil genético já foi identificado em outras três vítimas de estupro, entre elas uma mulher grávida de seis meses e outra que também foi morta após o abuso.
O assassino, Reyvan da Silva Carvalho, possui um extenso histórico de crimes sexuais desde 2020, todos registrados em Cuiabá e tendo como vítimas mulheres em situação de vulnerabilidade. Ele foi preso no dia 29 de setembro, nas dependências da própria UFMT.
Vigia Mais MT
Coordenado pela Sesp-MT, o Vigia Mais MT integra câmeras, softwares e sistemas de segurança de diferentes instituições em uma única plataforma de monitoramento.
As imagens captadas no campus passam a ser compartilhadas com vários órgãos de segurança, ampliando a capacidade de resposta em situações de risco.
As câmeras possuem inteligência artificial, com reconhecimento facial em até 20 metros de distância, identificação de veículos mesmo sem placa e mapeamento de por quais câmeras um veículo já passou.
As imagens ficam armazenadas na nuvem por até 10 dias. Em caso de ocorrência, os registros são preservados por mais tempo em servidores próprios para subsidiar investigações.

