O número de mortos pelo terremoto que atingiu o Afeganistão na segunda-feira (1º) já chegou a mais de 2,2 mil, de acordo com um porta-voz do governo do Talibã.
Segundo comunicado desta quinta-feira (4), centenas de corpos foram recuperados de casas destruídas e os esforços de resgate e busca continuam.
"Tendas foram montadas para as pessoas, e a entrega de primeiros socorros e suprimentos de emergência continua", afirmou o porta-voz do Talibã, Hamdullah Fitrat.
O número de feridos não foi atualizado, mas era de mais de 3,2 mil pessoas na terça-feira (2).
De acordo com a agência de notícias AP, terrenos acidentados e cortes de financiamento estão dificultando os esforços de resgate e socorro, com agências de ajuda pedindo à comunidade internacional que ofereça mais apoio.
Rastro de destruição
O terremoto ocorreu em uma área extremamente montanhosa e de construções precárias, com muitas casas feitas de argila e, por isso, a localização dos corpos levou mais de um dia.
Vilarejos inteiros foram destruídos, segundo autoridades. Mais de 8 mil casas foram afetadas.
O terremoto, que já é um considerado um dos mais destruidores da longa lista de tremores recentes no Afeganistão, ocorreu entre as províncias Kunar e Nangarhar, região de fronteira com o Paquistão e a cerca de 200 quilômetros da capital Cabul.
A área também já vinha sendo fortemente afetada por chuvas e enchentes nas últimas semanas.
O epicentro ocorreu a apenas 8 quilômetros da superfície, uma profundidade considerada baixa para terremotos e que torna os tremores mais fortes. A intensidade fez com que o terremoto fosse sentido também em Cabul e até em Islamabad, capital paquistanesa.
Os talibãs — que governam o Afeganistão desde tomaram o poder à força em 2021 — disseram que “todos os recursos disponíveis serão utilizados para salvar vidas.”
No entanto, a volta do regime talibã ao governo do país fez secar as verbas para um fundo de ajuda internacional voltado a ajuda em casos de terremoto, muito comuns no país.
Centenas de feridos foram levados a hospitais locais, e, em um deles, um médico disse à agência de notícias Reuters que estava recebendo uma pessoa atingida pelos tremores a cada cinco minutos.
A ONU também afirmou que diversas agências da organização já começaram a prestar auxílio no resgate às vítimas em quatro províncias do país.
Horas depois do terremoto, outros cinco tremores secundários, cujas magnitudes variaram entre 4,3 e 5,2, foram registrados, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês).