A defesa do médico Bruno Felisberto Tomiello, 29, voltou a enfatizar que a jovem Ketlhyn Vitória de Souza, 15, em Guarantã do Norte (715 km ao norte de Cuiabá), no último sábado (3), foi vítima de um tiro acidental. Ele explicou que o cliente aguarda por sua audiência de custódia.
O advogado Fábio Henrique Alves deu detalhes de como ocorreu a dinâmica no carro e que terminou com Ketlhyn Vitória morta.
“Eles estavam em uma noite de festa como qualquer casal. Na volta, ela estava sentada no colo dele, enquanto ele dirigia, uma prática comum dos dois. No percurso, eles brincavam com a arma, e com a mistura do álcool e arma, o tiro acidental ocorreu”, descreveu o advogado.
Ainda segundo o advogado, o médico não sabia que a arma estava carregada e acredita que a bala estava presa na câmara do armamento. O médico não tem autorização para uso de arma.
“Essa moça era companheira dele, morava com ele, não houve discussão nem briga. Por irresponsabilidade e imprudência de manusear e brincar com uma arma bêbado, acabou acontecendo essa fatalidade. Ele não sabia que tinha bala na arma. Infelizmente, essas pistolas são muito perigosas, às vezes ficam com as balas presas na câmara, por isso ele pensou que ela não estava municiada”, explicou.
Bruno, formado em medicina por uma instituição da Bolívia, assim que percebeu o que tinha acontecido, socorreu a jovem até o hospital mais próximo. “Ele é médico, e com ajuda de outros profissionais, tentou salvar a vida dela, mas não teve êxito”, completou.
Com a morte da jovem confirmada, o advogado afirmou que, desde sábado, foi comunicado à polícia que o rapaz iria se entregar e prestar seu depoimento.
“Nós notificamos a polícia ainda no sábado, dizendo que ele iria dar sua versão. A princípio foi pedido a prisão dele, mas o juiz indeferiu. Já nesta segunda, foi feito um recurso e juiz decretou a prisão preventiva. Como ele estava na delegacia prestando os esclarecimentos, foi cumprido o mandado de prisão”, detalhou o defensor.
O acusado aguarda a audiência de custódia na delegacia de Guarantã. A audiência deve ocorrer na terça-feira (6).
Em nota, a prefeitura de Guarantã do Norte esclareceu que Bruno Felisberto não possui nenhum vínculo profissional com o município, sendo seu último contrato iniciado e concluído na gestão passada.
Procurado, o Conselho Regional de Medicina (CRM) disse que espera as apurações e não irá se pronunciar no momento.
Veja nota na íntegra:
Diante das recentes notícias envolvendo um médico residente em nosso município e considerando o compromisso desta gestão com a transparência e a verdade, informamos que:
O médico citado nos fatos divulgados, amplamente conhecidos, não possui nenhum vínculo profissional com a Prefeitura de Guarantã do Norte, sendo que, seu último vínculo profissional com o município, iniciou e terminou na gestão passada.
Lamentamos profundamente o trágico ocorrido e expressamos nossas mais sinceras condolências aos familiares e amigos da jovem que perdeu a vida. Toda a comunidade sente essa perda irreparável e nos solidarizamos neste momento de dor. Esperamos que Deus conforte os corações de todos neste momento de luto.
Também lamentamos que alguns veículos de comunicação, motivados por interesses políticos e/ou financeiros estejam divulgando informações distorcidas e contrárias à verdade dos fatos. Essas atitudes ferem o luto e desrespeitam a dor da família e da comunidade, além de comprometerem o direito da população de receber informações verdadeiras.
As famílias de Guarantã do Norte-MT prezam pela honestidade e verdade das informações transmitidas, merecendo respeito, ética e moralidade dos veículos de comunicação.
Por fim, a Prefeitura se coloca à disposição da Justiça para qualquer esclarecimento necessário.