O senador Jayme Campos (União) admitiu que já está analisando as possibilidades para a disputa eleitoral de 2026, em que pretende sair candidato ao governo de Mato Grosso. Diante de um possível racha em seu partido, frente à atual conjectura que está sendo moldada, o mandatário não descarta deixar a sigla, para seguir com novos projetos.
“Governador, senador, enfim, o momento é que vai dizer. Eu não sou candidato de mim mesmo, é bom que se esclareça aqui. Faço política de baixo para cima, com o povo. Eu vou construir um projeto, se não der certo, amigo, eu não vivo de política. Não faço do meu mandato um balcão de negócios como muitos estão fazendo e, no momento, certo serão detonados aí”, declarou em coletiva de imprensa na manhã desta segunda-feira (16).
Ocorre que o senador já havia deixado claro que pretendia disputar o Palácio Paiaguás no próximo pleito. No entanto, acontecimentos recentes, como a derrota histórica de seu apadrinhado político, o prefeito Kalil Baracat (MDB), nas eleições deste ano, em Várzea Grande, deixaram o tom do legislador quanto à futura disputa mais ameno. Tanto que chega a cogitar até a continuidade de seu mandato no Congresso Nacional.
Acontece que, mesmo diante das duas alternativas - senado ou governo - qualquer uma das escolhas gerará desconforto e consequente pressão interna no União Brasil. Primeiro porque o atual governador e presidente regional da sigla, Mauro Mendes, já declarou apoio à candidatura do vice Otaviano Pivetta (Republicanos) ao governo.
Segundo, porque o que se observa é que o próprio Mauro é quem está de olho na composição de chapa para o Senado em 2026. O que deixaria Jayme Campos a ver navios e sem espaço na sigla. Questionado sobre a possibilidade de deixar a agremiação, o senador não hesitou.
“Se eu sentir que não há espaço, aí eu vou caçar outro lugar, cinco partidos me convidaram”, comentou sobre essa possível disputa de interesses avessos na sigla. Em especial, ante ao posicionamento do governador, Jayme reforçou que há ainda ‘muita água para rolar’.
“Nós temos uma travessia ainda em 2025 e meados de 2026. Primeiro, temos que saber quem vai estar vivo até lá. Segundo, quem não vai estar preso e, terceiro, quem não vai estar de tornozeleira eletrônica. Ainda tem muita água para correr. O momento agora é de trabalhar”.


