O presidente da Assembleia Legislativa (ALMT), deputado Max Russi (PSB), afirmou que está preocupado com a forma como avança o processo de renovação da concessão da Energisa, previsto para encerrar em dezembro de 2027, mas já em fase final de tramitação junto à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e ao Ministério de Minas e Energia.
Segundo Russi, 16 deputados participaram da agenda em Brasília nesta semana, junto de senadores e deputados federais, e foram surpreendidos com a informação de que a renovação está praticamente concluída. Para o parlamentar, o tema é “crucial” para Mato Grosso, já que a população sofre com a má qualidade no fornecimento de energia e com a falta de investimentos no setor.
“Isso nos preocupa, porque o que fica para o nosso povo em termos de investimentos? A gente recebe muita reclamação no interior de Mato Grosso, principalmente sobre a qualidade da energia e a ausência de investimentos. Muitas vezes, os municípios não conseguem receber empresas porque falta energia”, declarou.
Russi ressaltou que a renovação da concessão não pode acontecer de forma antecipada e sem contrapartidas claras à população. Ele citou a possibilidade de criação de uma comissão especial ou até mesmo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar dúvidas relacionadas à atuação da empresa no estado.
“Numa hora de renovação, precisamos saber: o que a população vai ganhar com isso? Ou só a empresa que vai ganhar? A Assembleia tem a obrigação de cobrar respostas. Se não avançarmos pelo diálogo, vamos propor uma CPI, porque temos algumas dúvidas e questões que precisam ser esclarecidas”, afirmou o presidente.
O parlamentar rebateu a ideia de que o tema deve ser tratado apenas em âmbito federal, ressaltando que a responsabilidade da Assembleia é representar a população mato-grossense.
“Lógico que temos que debater aqui. Essa é a casa do povo. É aqui que recebemos as cobranças. Não podemos simplesmente deixar para Brasília resolver. Quando vamos ao interior, prefeitos reclamam que não conseguem levar indústrias porque não há investimento em energia. A qualidade da energia queima equipamentos, prejudica o cidadão, e a Assembleia não pode cruzar os braços diante disso”, disse.