Cuiabá voltou a figurar entre as capitais mais seguras do Brasil, segundo o Anuário 2025 Cidades Mais Seguras do Brasil, elaborado pela empresa MySide. O novo levantamento coloca a capital de Mato Grosso na 5ª posição nacional, com taxa de 17,7 homicídios por 100 mil habitantes, resultado calculado com base em dados do Ministério da Saúde e do IBGE.
Apesar da leve alta no indicador em relação aos dois anos anteriores, a cidade se mantém entre as dez mais seguras do país. Em 2023 e 2024, o município havia ocupado o 4º lugar, com taxas de 16,4 e 16,2 óbitos por 100 mil habitantes. Ainda que a oscilação sinalize desafios decorrentes do crescimento urbano, o desempenho segue acima da média da região Centro-Oeste, hoje em 19,8 homicídios por 100 mil habitantes.
O anuário aponta que Cuiabá continua liderando em segurança dentro da própria região, superando capitais vizinhas como Goiânia (19,1) e Campo Grande (20,1). Mesmo com o avanço populacional e a ampliação da malha urbana, o município preserva um padrão de estabilidade que o coloca entre os centros urbanos mais seguros para se morar no Brasil.
A edição especial mostra ainda que a cidade se consolidou ao longo dos últimos anos em avaliações semelhantes. No Anuário 2024 Cidades Mais Seguras do Brasil, por exemplo, Cuiabá havia sido descrita como uma capital que equilibra clima extremo com índices baixos de violência. Naquele levantamento, a taxa registrada foi de 16,2 homicídios por 100 mil habitantes e a cidade ficou à frente de capitais mais populosas e comentadas do eixo Sul-Sudeste, como Curitiba, Belo Horizonte e Porto Alegre.
O desempenho tem impacto também no ranking geral das cidades com população entre 500 mil e 1 milhão de habitantes. Cuiabá é a única representante do Centro-Oeste no grupo das dez melhores colocadas e ocupa justamente o 10º lugar entre as mais seguras nesse recorte.
METODOLOGIA
A precisão dos números é um dos pontos centrais do anuário. Tanto a edição de 2024 quanto a de 2025 utilizam o mesmo indicador principal: a quantidade de assassinatos por 100 mil habitantes. Trata-se de uma métrica padrão em análises de segurança pública no mundo. Como lembram os autores do estudo, “esse indicador é amplamente reconhecido como uma medida sólida e universal de segurança pública”. Organizações como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) também adotam essa taxa em seus relatórios oficiais.
Para compor o índice mais recente, o levantamento considerou mais de 1,5 milhão de óbitos registrados no país em 2024. Os dados são consolidados pelo Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), criado em 1979 e alimentado por médicos responsáveis pelos atestados de óbito. Após o preenchimento, os documentos seguem para os cartórios e, em seguida, para as Secretarias Estaduais de Saúde, que enviam o material ao Ministério da Saúde.
Segundo os pesquisadores, a escolha por utilizar exclusivamente as informações do Ministério da Saúde garante coerência metodológica entre os estados. Na prática, isso permite comparar diferentes regiões sem distorções provocadas por subnotificação ou critérios divergentes.
QUALIDADE DE VIDA EM ALTA
A segurança não é o único indicador positivo associado à capital mato-grossense. O levantamento relembra que Cuiabá figura desde 2022 entre as dez melhores cidades do país no Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), ocupando a 9ª posição, com marca de 0,824. A combinação entre infraestrutura, serviços e baixa letalidade reforça o ambiente de estabilidade buscado por famílias e trabalhadores.
Com desempenho consistente ao longo dos últimos anos, Cuiabá segue consolidada entre as capitais mais seguras do Brasil. Os dados mostram que, mesmo diante de novos desafios urbanos, a cidade preserva um cenário de criminalidade abaixo da média nacional e mantém indicadores que ajudam a explicar por que tem se tornado referência no Centro-Oeste.





