Mato Grosso registrou 100 assassinatos de mulheres em 2024, sendo 47 feminicídios, colocando o estado na triste estatística de mais inseguro para o sexo feminino pelo segundo ano consecutivo, considerando a proporção de 2,5 crimes para cada 100 mil habitantes. Os dados são do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta quinta-feira (24). Em números absolutos, o país registrou 1.492 crimes dessa natureza.
Os dados tendem a se repetir em 2025, já que apenas no primeiro semestre deste ano, foram registrados 28 feminicídios, um aumento de 31,57% em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública. Nesta quinta-feira, uma mulher de 50 anos foi encontrada morta em uma área isolada da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Apesar do feminicídio não ter sido confirmado, o caso está sendo tratado como homicídio devido ao fato de a vítima ter sido encontrada seminua e com sinais de esganadura.
Entre os casos mais emblemáticos de 2024, está o assassinato de Raquel Cattani, 26 anos, morta com 34 facadas a mando de seu ex-marido, Romero Xavier. O caso ocorreu no dia 24 de julho em um assentamento de Nova Mutum (240 km de Cuiabá). O crime foi planejado com o irmão de Romero, que simulou um assalto à casa da vítima para simular um assalto. O ex-marido passou por três boates em um município vizinho para despistar a polícia.
Em novembro, Francisca Pereira da Silva, de 38 anos, foi morta com golpes de marreta e picareta pelo seu marido, com quem convivia há 17 anos em Rondonópolis (200 km da capital). A vítima chegou a ser socorrida, mas não resistiu após ser encontrada no chão de sua residência agonizando.
Também em Rondonópolis, em março, Yasmin Farias Cardoso foi assassinada pelo ex-companheiro, José Cícero Feitosa da Silva, 14 dias denunciar que ele o perseguia. No dia do crime, Yasmin acionou o botão do pânico, mas a polícia não chegou em tempo. José Cícero se suicidou em seguida.
Os dados mostram que 83% dos feminicídio em 2024 ocorreram dentro de casa, sendo que 41 das 47 vítimas eram mães. Nove delas foram mortas na frente dois filhos.