As férias de julho se aproximam e, com elas, o aumento na procura por viagens internacionais. Dados da Associação Brasileira de Agências de Viagens (ABAV) apontam que 45% das viagens programadas para julho serão internacionais, um reflexo do desejo do brasileiro em aproveitar o período para explorar outros países.
O cenário externo também contribui para esse movimento. O dólar comercial atingiu nesta semana o menor patamar em relação ao real em oito meses, sendo negociado abaixo de R$ 5,50. O câmbio mais favorável tem incentivado ainda mais os brasileiros a planejarem viagens para o exterior, tornando esse desejo financeiramente mais viável — desde que acompanhado de organização e estratégia.
Essa movimentação acompanha o cenário observado em 2024, quando as despesas dos brasileiros no exterior somaram US$14,8 bilhões, o maior valor desde 2019, segundo o Banco Central. Além disso, foram realizadas cerca de 12,8 milhões de viagens internacionais, com gasto médio de R$15,2 mil — uma alta de 22% em comparação a 2022. No segmento de turismo de luxo, esse valor chegou a R$28,5 mil por viagem, de acordo com o Brazil Media Intelligence & Insights Report 2025.
Diante desse cenário, surge uma pergunta fundamental: como realizar a viagem dos sonhos sem comprometer o planejamento financeiro e os investimentos?
“O ponto central é entender qual o real impacto de uma viagem no orçamento e nos seus investimentos. O objetivo é garantir que o lazer faça parte da vida, sem comprometer metas financeiras maiores”, explica Marco Loureiro, sócio e líder regional da XP no Centro-Oeste.
Ele reforça ainda que ter uma orientação profissional faz toda a diferença nesse processo. “Ter um planejamento financeiro estruturado e contar com um assessor de investimentos competente é fundamental para quem quer realizar seus sonhos — seja uma viagem internacional, trocar de carro ou construir patrimônio de longo prazo. O assessor tem o papel de ajudar o cliente a transformar sonhos em metas concretas, com estratégia, segurança e equilíbrio,” destaca.
Gastar com consciência, investir com estratégia - Planejar uma viagem internacional vai além de comparar passagens e hospedagens. É essencial considerar a oscilação do câmbio, custos com IOF, taxas de cartão no exterior e, principalmente, o impacto desse gasto no seu patrimônio e nos seus objetivos financeiros.
“Se, por exemplo, uma viagem custa R$ 15 mil, o investidor precisa avaliar se esse valor sairá de uma reserva específica para lazer, de uma renda extra ou se será necessário resgatar parte dos investimentos. Cada decisão tem um peso diferente no plano financeiro de médio e longo prazo”, reforça Loureiro.
Para que a viagem não comprometa os investimentos, Loureiro sugere criar uma reserva específica para lazer e viagens; aproveitar momentos de queda do dólar; ser cauteloso com o uso excessivo de cartão de crédito no exterior, já que o imposto sobre operações financeiras pode encarecer a conta; e incluir a viagem no orçamento anual, assim com investimentos, seguros e outros compromissos financeiros.
“O segredo não é deixar de viajar, mas aprender como isso se encaixa na sua estratégia de construção de patrimônio. Assim, é possível viver o presente, sem abrir mão do futuro,” finaliza Loureiro.