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Sexta-feira, 12 de Setembro de 2025, 10h:43 - A | A

Candidozyma auris

Como é o fungo mortal que tem se espalhado em hospitais da Europa e gerado alerta

R7

Um fungo resistente a medicamentos, chamado Candidozyma auris, está se espalhando rapidamente em hospitais da Europa, gerando alerta entre autoridades de saúde, segundo um comunicado divulgado na quinta-feira (11) pelo ECDC (Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças).

De acordo com o órgão, 1.346 casos de infecção grave relacionados ao fungo foram registrados em 2023, um aumento de 67% em relação ao ano anterior. Desde 2013, mais de 4.000 ocorrências foram contabilizadas na União Europeia e países vizinhos.

EspanhaGréciaItáliaRomênia e Alemanha foram responsáveis ​​pela maioria dos casos ao longo da década. Nos quatro primeiros países, a transmissão é tão disseminada que já não é possível distinguir surtos individuais.

O C. auris é particularmente perigoso por causa da resistência a medicamentos antifúngicos e pela capacidade de sobreviver em superfícies hospitalares e equipamentos médicos, o que facilita a transmissão entre pacientes, segundo o ECDC.

O fungo representa uma ameaça grave especialmente para pessoas já doentes, com taxas de mortalidade que podem chegar a 60%.

“É algo muito preocupante e certamente uma ameaça à segurança dos pacientes em hospitais por toda a Europa”, afirmou Diamantis Plachouras, chefe da seção de resistência antimicrobiana e infecções associadas à assistência à saúde do ECDC.

A detecção precoce e o controle rigoroso são essenciais para conter a propagação. O ECDC disse que isolar pacientes em quartos individuais e desinfetar equipamentos são medidas eficazes.

No entanto, apenas 17 dos 36 países pesquisados pelo ECDC possuem sistemas nacionais de vigilância para o C. auris, e apenas 15 têm diretrizes específicas para prevenção e controle de infecções.

O fungo, identificado pela primeira vez no Japão em 2009, não apresenta sintomas específicos, como febre e calafrios, que variam conforme a infecção atinge a corrente sanguínea, feridas ou ouvidos.

A detecção exige testes laboratoriais, e nem todos os desinfetantes hospitalares comuns são eficazes contra o C. auris, o que dificulta a limpeza.

Plachouras disse que o fungo frequentemente é introduzido em novos países por pacientes internados em locais onde já está presente. Recentemente, novos surtos foram registrados em ChipreFrança e Alemanha.

O financiamento para novos medicamentos antifúngicos também é um desafio. Dados compilados pela agência norte-americana Bloomberg mostram que, após investimentos de cerca de US$ 383 milhões em 2022, não houve novos compromissos em 2023.

No comunicado, o ECDC ressaltou a necessidade de haver esforços coordenados para fortalecer a vigilância e o controle do fungo. A agência realiza inquéritos regulares desde 2018 e publica avaliações de risco para apoiar os países na prevenção de surtos.

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