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Terça-feira, 24 de Junho de 2025, 19h:04 - A | A

Marco Loureiro

Selic em 15% traz oportunidades de investimentos em renda fixa e encarece linhas de crédito

Para XP, juros ficarão no mesmo patamar até 2026

Marco Loureiro

Em decisão já esperada por parte do mercado, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, em sua reunião de junho, aumentar a taxa Selic em 0,25 p.p., de 14,75% para 15,00% ao ano (sétimo aumento consecutivo). Este é o maior valor desde 2006 e coloca o Brasil entre os países com os juros reais mais elevados do mundo.
Em nota, os economistas da XP avaliam que o Copom sinalizou o fim do ciclo de alta. “Acreditamos que a decisão desta semana foi a última alta deste ano. A política monetária segue bastante contracionista e a inflação parece ter se estabilizado — embora em níveis elevados. Nossos modelos indicam que manter a Selic em 15,00% até meados do próximo ano seria suficiente para trazer a inflação para próximo do intervalo da meta em 2026 e dentro da banda em 2027”.
Economistas da XP avaliam em relatório que algum grau de flexibilização monetária parece provável no ano que vem. “No entanto, isso dependerá fortemente de como evoluirá a economia global e, sobretudo, das perspectivas para a política econômica doméstica em 2027 — que seguem incertas, dado o calendário eleitoral”, ponderam.
O Boletim Focus mais recente, compilado pelo Banco Central (BC), aponta para estabilidade da taxa no curto prazo, com início de cortes projetado apenas para o ano que vem. Até lá, o BC parece disposto a tolerar os custos de juros elevados para preservar a credibilidade de sua política monetária e buscar a meta de inflação.
Na avaliação de Marco Loureiro, sócio e líder regional da XP no Centro-Oeste, o impacto da alta taxa de juro Selic é negativo, especialmente para o agronegócio, mas também abre oportunidades de diversificação de investimentos em renda fixa. “Nossa região depende de crédito rural e financiamento de máquinas e insumos. A manutenção da Selic em patamar elevado encarece essas linhas de crédito. O agronegócio do Centro-Oeste pode adiar investimentos em tecnologia e expansão com o custo do crédito nesse nível. Para os investidores, alinhados ao time de alocação da companhia, orientamos privilegiar exposições em renda fixa, principalmente os pós-fixados (atrelados ao CDI) e os indexados à inflação (IPCA+), mas sem abrir mão da diversificação, necessária para atravessar períodos mais incertos como os atuais”, destaca.

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