O presidente do PL em Mato Grosso, Ananias Filho, saiu em defesa dos prefeitos bolsonaristas que têm demonstrado proximidade com o vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos), pré-candidato ao governo do Estado nas eleições de 2026. O líder avalia que o gesto não representa infidelidade ou aliança política. Para ele, esta é uma relação institucional entre os Executivos municipais e o governo estadual.
A declaração ocorre em meio à movimentação do senador Wellington Fagundes (PL), presidente estadual licenciado e um dos mais antigos nomes da legenda, que já garantiu ser o nome do grupo para disputar o Palácio Paiaguás, contudo anda sem apoio. A presença constante de prefeitos ligados ao bolsonarismo em agendas com Pivetta, no entanto, tem gerado especulações sobre uma divisão interna.
Ananias tratou o tema com naturalidade e disse que não há desconforto algum.
“Não incomoda nada, nada nesse mundo é incômodo. Porque, além de pertencerem a um partido, eles são também gestores de suas cidades. Quando um prefeito busca o respaldo de um ente federado para buscar recursos, ele está buscando o que é de direito da cidade dele”, avaliou.
O presidente explicou que a aproximação é necessária para garantir investimentos e parcerias. Dias atrás ele também desconversou sobre a orientação do ex-presidente Jair Bolsonaro, nome forte do partido em Mato Grosso, para que o PL apoie Pivetta em detrimento do senador.
“Todos os moradores da cidade contribuem com impostos e esses impostos têm que ser retornados de forma obrigatória ou voluntária. A devolução voluntária é mais difícil e é nesse ponto que os prefeitos precisam dialogar com o Estado e a União”, argumentou.
Ananias reforçou que o PL vai manter unidade e que o alinhamento ideológico do partido permanece firme, mesmo diante de articulações regionais.
“O PL vai manter unido e o candidato do PL é o candidato de todos. O partido tem diretriz de fidelidade partidária e creio que será respeitado. Todo mundo que teve o respaldo político e financeiro o partido vai respeitar. O Abilio e a Flávia já declararam que vão acompanhar o PL”, garantiu.
Para o presidente, a aproximação com o governo estadual não afeta o posicionamento político dos gestores do PL.
“As brigas ideológicas nós vamos continuar travando e não vamos recuar. Mas a busca de recursos para melhorar as condições de vida da população não vai ser deixada para trás”, concluiu.



