icon-weather

Terça-feira, 25 de Novembro de 2025, 07h:58 - A | A

QUEBROU REGRAS

Bolsonaro tinha plena consciência do que fazia ao mexer em tornozeleira, dispara senador

Dentro da caminhonete em que Lucas estava foram encontradas latinhas de cerveja

DA REDAÇÃO

O senador Jayme Campos (União Brasil) avaliou como “exagerada” a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro, detido no dia 22 de novembro após descumprir regras do uso da tornozeleira eletrônica. Apesar de reconhecer a infração, Campos destacou que Bolsonaro, aos 70 anos, com experiência como ex-presidente e ex-deputado federal, sabia exatamente o que estava fazendo. Ainda assim, o parlamentar acredita a Justiça poderia ter adotado outro tratamento, levando em conta seu histórico e condição de saúde.

Ao comentar o caso nesta segunda-feira, 24 de novembro, Jayme disse ter tomado conhecimento pela imprensa e avaliou a atitude como resultado da preocupação do ex-presidente com eventual gravação pelo dispositivo.

 

“Bem, na verdade é o seguinte, a justiça, eu acho que nesse caso particularmente, diante do teto do seu próprio estado de saúde, houve um certo exagero, né? Em que pese, ele quebrou a regra em relação a tornozeleira [...] me parece diante da preocupação que ele tinha, da estar sendo gravado pela sua tornozeleira. Uma coisa assim, surreal. De qualquer forma, ele é um homem maduro, um homem de 70 anos, já foi presidente da república, deputado e sabe perfeitamente o que que ele estava fazendo, né?”, pontuou.

O senador também contestou a narrativa de que Bolsonaro estaria planejando fugir do país. “Esse assunto que levantaram, essa possibilidade de ele querer fugir, eu não acredito, até que ele já teve várias oportunidades”, afirmou.

Jayme Campos, porém, reforçou que decisões judiciais devem ser respeitadas, apesar das divergências. “De maneiras que uma decisão da justiça nós temos que respeitar. Todavia, eu acho que é uma um assunto muito preocupante na medida em que, primeiro, a dosimetria que foi aplicado, não só nele, mas nas pessoas que foram presas em relação ao Rio de Janeiro, ela foi até certo ponto pesada.”

Preocupação com efeitos no cenário nacional

O parlamentar afirmou que a intensificação do conflito político cria um “ambiente ruim” para o Brasil, especialmente em momento de negociações econômicas com os Estados Unidos. Para ele, o país precisa buscar estabilidade.

“Nós temos que buscar paz e harmonia no nosso país. Caso contrário, vai ficar esse esgarçamento, que isso não é bom para o Brasil e não é bom para a sociedade de maneira geral.”

Ele também defendeu “resiliência” e “paciência” enquanto o caso tramita no Supremo Tribunal Federal.

“Vamos aguardar. A condenação, se vai sair ou se não vai sair, vai ser o Supremo Tribunal Federal [...] que vai lhe condenar ou não vai condenar. Vamos aguardar”.

Sobre a vigília convocada

Questionado sobre se os filhos de Bolsonaro estariam prejudicando a própria defesa ao convocar apoiadores para vigílias, Jayme evitou críticas diretas.

“Eu sei que eu não posso fazer essa reflexão, essa avaliação, até porque filho é filho, né?”

Mas ponderou que eles têm idade e maturidade para avaliar o que ajuda ou atrapalha juridicamente:

“Eu imagino que eles têm a capacidade, sobretudo o amadurecimento suficiente [...] para saber, de fato, de direito o que é melhor em termos de defesa do seu pai”.

Comente esta notícia