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Quarta-feira, 19 de Novembro de 2025, 11h:55 - A | A

INDIGNADA COM DECISÃO

'Se todo mundo tomar remédio controlado for falar que é louco, todo mundo vai morrer', diz mãe de Emelly com anulação do júri

Ana Paula expressou toda a sua revolta diante da decisão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), que anulou a decisão de pronúncia que levaria Nataly ao Tribunal do Júri e determinou a instauração de um incidente de insanidade mental para avali

Da Redação

“Se todo mundo que tomar remédio controlado for falar que é louco, todo mundo vai morrer”, essa é a declaração de Ana Paula Azevedo, mãe da adolescente Emelly Beatriz Azevedo Sena, de 16 anos, após a Justiça de Mato Grosso anular o Júri da autora confessa, Nataly Hellen Martins Pereira, no caso do feminicídio brutal. Além de matar Emelly, grávida de nove meses, Nataly provocou o parto da bebê e a roubou para criá-la como se fosse sua filha.

Em entrevista, Ana Paula expressou toda a sua revolta diante da decisão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), que anulou a decisão de pronúncia que levaria Nataly ao Tribunal do Júri e determinou a instauração de um incidente de insanidade mental para avaliar a saúde psíquica da autora.

“Eu achei isso um absurdo, porque a justiça está querendo dar o direito dela (da Nataly). Mas e o direito da Emelly? O direito da filha da Emelly que foi arrancada? Emelly não tem mais o direito de poder estar com a filha dela, de acompanhar o crescimento da filha dela, isso foi tirado por conta dessa mulher. Ela nem pode se chamar de mulher, ela tem que ser chamada de monstro, porque as coisas que ela fez foi um monstro”, declarou na manhã desta quarta-feira (19).

Para a mãe de Emelly, a alegação de insanidade por parte da defesa de Nataly é uma afronta: “A Justiça vai acatar isso que ela é louca? Agora, se todo mundo que tomar remédio controlado for falar que é louco, todo mundo vai morrer. Isso tem que acabar”.

Ela reclama que, enquanto se discute a sanidade da assassina, a filha e toda a família ficam sem justiça: “Essa mulher pode simplesmente passar o resto da vida numa clínica com uma louca, isso é errado, estou indignada com isso”, desabafou.

“Essa mulher tem que pagar. Ela tem que pagar porque foi um crime que ela premeditou, ela planejou e agora vem falar que ela é louca, ela nunca foi louca. Eu espero que a justiça seja feita, que ela pague pelo crime que ela fez e que ela fique atrás da grade por um bom tempo para que ela reflita no mal que ela causou à minha família, à família da Emelly, que o esposo dela ficou sem a esposa, a Liara ficou sem a mãe”, completou.

Além da mãe, outros parentes se reuniram em frente ao Fórum de Cuiabá na manhã desta quarta-feira (19) para manifestar sua indignação com a decisão judicial, defendendo que o crime não fique impune e pedindo justiça.

“Revolta, indignação. Pedimos justiça. Pedimos justiça. Não pode ficar assim impune. Não só nós como parente que estamos sofrendo, mas enfim, a sociedade como todo que sofre junto com a gente e espera também por uma resposta”, clamou Alessandra, tia de Emelly.

Ela reforça ainda a dor contínua que a família vive: “Não é fácil. Só sente quem está na situação. É muito doloroso. Faz oito meses que a gente está com um problema de saúde, fazendo terapia, buscando ajuda primeiramente de Deus e da terapia para ver se nos fortalece”, finalizou.

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