O interventor da Federação Matogrossense de Futebol (FMF-MT), Luciano Dahmer Hocsman, afirmou nesta segunda-feira (2) que uma nova intervenção da Justiça no processo eleitoral da entidade pode trazer consequências para todo o futebol brasileiro.
“Existe um risco, e esse risco não é só para a Federação Matogrossense. Isso, de alguma forma, afeta o futebol brasileiro como um todo”, declarou durante coletiva na sede da FMF, em Cuiabá.
Hocsman, que também é presidente da Federação Gaúcha de Futebol (FGF), foi nomeado interventor pela Justiça a pedido da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), após a anulação do processo eleitoral na FMF-MT.
A eleição foi suspensa em 3 de maio por decisão da juíza Ana Cristina Silva Mendes, da Quarta Vara Cível de Cuiabá, com base em irregularidades como a exclusão indevida do voto da Associação Camponovense, suposta fraude documental na candidatura de Aron Dresch e ilegalidade na tentativa de um terceiro mandato do ex-presidente.
A decisão levou à nomeação inicial do advogado Thiago Dayan da Luz Barros como interventor, mas, a pedido da CBF, a Justiça substituiu o nome por Hocsman em 28 de maio.
Durante a coletiva, Hocsman afirmou que ações na Justiça comum devem ser o último recurso dos clubes, e que o desrespeito ao trâmite da Justiça desportiva pode resultar em sanções da FIFA, como já ocorreu em outras situações no Brasil.
“Existe um rito a ser cumprido. Esse risco [de punição] sempre é existente. Já vivi situações parecidas em que competições foram paralisadas por decisões judiciais. Não é bom para a Federação, para os clubes, nem para o torcedor”, alertou.
O interventor também defendeu que o futebol mato-grossense volte ao campo o quanto antes. “Já passou da hora de o futebol do Estado parar de discutir apenas questões políticas e jurídicas. É dentro de campo que ele tem que ser jogado”, disse.
Hocsman garantiu que sua gestão será pautada pela transparência e diálogo com os clubes, incluindo a Associação Camponovense, autora da ação que levou à suspensão da eleição. No entanto, não descartou a possibilidade de novas judicializações.
“Nós vamos tentar construir uma administração transparente. Pode acontecer de outro clube entrar na Justiça? Pode. Mas vamos trabalhar para que isso não aconteça”, concluiu.