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Quarta-feira, 02 de Julho de 2025, 10h:35 - A | A

JOGO DA SÉRIE B

Jogador do Botafogo-SP acusa volante do Cuiabá de racismo

O episódio ocorreu nos acréscimos do primeiro tempo que resultou em confusão por parte dos atletas. Denilson negou a acusação e repudiou qualquer ato discriminatório

Da Redação

O atacante Alexandre Jesus, do Botafogo-SP, acusou o atleta do Cuiabá Denilson de ataques racistas durante a partida entre Cuiabá e Botafogo-SP, na noite dessa segunda (30), na Arena Pantanal. Segundo o atleta do Botafogo, Denilson teria o chamado de "macaco". A acusação resultou no acionamento do protocolo antirracista durante o intervalo do jogo.

O resultado da partida foi Cuiabá 0 x 1 Botafogo-SP.

O árbitro Lucas Casagrande relatou os fatos na súmula da partida, documento oficial de fatos do jogo e a denúncia foi relatada ao delegado da disputa.

Casagrande reuniu as equipes no centro do campo, e houve confusão e empurra-empurra, situação que foi contida pelos técnicos Guto Ferreira e Allan Aal. O presidente do Cuiabá, Cristiano Dresch, também desceu ao gramado para conter os ânimos.

Denilson, em nota publicada nas redes sociais ainda na noite dessa segunda, negou a acusação e repudiou qualquer ato discriminatório.

“Venho aqui deixar claro que não xinguei ninguém durante o jogo. Sou negro, nordestino e filho de família simples. Repudio e não compactuo com qualquer tipo de preconceito ou discriminação. Sou também um ativista contra o racismo”, escreveu o atleta.

O Botafogo-SP, por meio de nota oficial, manifestou solidariedade a Alexandre Jesus:

“O Botafogo Futebol SA lamenta e repudia o ato de injúria racial ocorrido contra o atacante Alexandre Jesus. (…) É inaceitável que, mesmo diante de todas as ações de conscientização realizadas, ainda acompanhemos tristes episódios dentro das quatro linhas”, diz o texto.

A FIFA adotou o protocolo antirracismo inspirado em medidas internacionais após casos de grande repercussão envolvendo jogadores como Vinícius Júnior e Luighi, do Palmeiras. O protocolo estabelece três etapas para atuação diante de denúncias: interromper o jogo, advertir o público e, em casos extremos, até mesmo encerrar a partida. O gesto padrão de denúncia, braços cruzados na altura dos punhos e palmas abertas, também faz parte do procedimento.

O caso deverá ser encaminhado ao STJD para investigação, e as autoridades aguardam o relatório oficial da arbitragem e da delegação do jogo para a abertura de possível processo disciplinar.

Veja o vídeo do momento em que o árbitro aciona o Protocolo Antirracismo:

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