A Alemanha deu início a uma nova fase de presença militar no Leste Europeu com o envio da 45ª Brigada Blindada para a Lituânia, na fronteira com a Rússia. O grupo marca o primeiro destacamento permanente de uma brigada alemã fora do país desde a Segunda Guerra Mundial e leva consigo o Leopard 2A8, o tanque mais moderno fabricado pela indústria bélica de Berlim. O modelo foi atualizado com base nas lições da guerra na Ucrânia e agora incorpora sistemas de proteção contra drones e mísseis antitanque.
O comandante do destacamento, brigadeiro-general Christoph Huber, afirmou que o grupo militar é considerado prioridade máxima para a Alemanha. Segundo ele, a brigada terá acesso ao que há de mais moderno nas forças armadas do país. “Esta brigada tem prioridade máxima na Alemanha”, disse Huber ao Business Insider. Ele ressaltou que blindados pesados continuam essenciais para operações terrestres. “Esta brigada, em sua essência, é um compromisso com blindados pesados”, afirmou.
O Leopard 2A8 é produzido pela KNDS Deutschland e representa uma evolução em relação aos modelos anteriores usados na Ucrânia. O tanque recebeu o sistema de proteção ativa Trophy, capaz de detectar e neutralizar ameaças como mísseis antitanque e drones. As modificações também incluem reforços na blindagem da torre e aprimoramentos nos sensores.
“Temos que introduzir novas capacidades em nossas forças com base nas lições aprendidas na terrível guerra de agressão da Rússia na Ucrânia”, explicou Huber.
A brigada estacionada na Lituânia integra ainda outros veículos modernos, como os modelos de combate de infantaria Puma S1 e o obuseiro autopropulsado Panzerhaubitze 2000, além de drones e sistemas de defesa aérea. O contingente será composto por 4.800 soldados até 2027.
“A mensagem para a Rússia é clara. Aqui está a Otan, não há mais nada a fazer”, disse o comandante.
O envio dos tanques também reflete uma mudança na postura alemã após décadas de cautela em relação a grandes mobilizações no exterior. “Nosso objetivo é preparar-nos para a guerra do futuro, definitivamente não para a guerra do passado e provavelmente também não para a guerra que está acontecendo agora”, afirmou.
O reforço militar na Lituânia ocorre em um momento de preocupação crescente entre os aliados da Otan com a segurança no Báltico. O país é considerado particularmente vulnerável a uma possível ofensiva russa. Para o ex-diretor da CIA David Petraeus, a Lituânia é o membro da aliança em maior risco de invasão.



