O empresário cuiabano Willians Paulo Mischur, conhecido por ter sido um dos principais delatores da Operação Sodoma, que revelou um esquema milionário de corrupção durante o governo de Silval Barbosa, voltou a ser alvo de investigação.
Nesta quarta-feira (29), a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU) cumpriram mandado de busca e apreensão em sua residência, localizada no condomínio Alphaville, em Cuiabá, como parte da Operação Imperium Messis.
A nova investigação apura um suposto esquema de corrupção envolvendo servidores públicos e empresários do setor de exportações de alimentos na fronteira entre Brasil e Venezuela. Segundo a CGU, há indícios de que agentes públicos recebiam propina de uma empresa privada que passou a atuar como entreposto aduaneiro em Boa Vista (RR), substituindo a fiscalização da Receita Federal em Pacaraima.
O TRAIDOR DE SILVAL: DE DELATOR A INVESTIGADO E VÍTIMA
Mischur não é um nome qualquer. Em 2016, ele foi um dos primeiros empresários a romper o silêncio e delatar o ex-governador Silval Barbosa, revelando um esquema de corrupção institucionalizado. Proprietário da Consignum, empresa que operava a margem consignável dos servidores públicos, Mischur confessou ter pago R$ 17,6 milhões em propinas para manter seus contratos com o Estado.
A Operação Sodoma, que levou à prisão de Silval, secretários e deputados, escancarou um sistema de cobrança de propina mensal, com dinheiro entregue em sacolas, segundo o próprio delator. Mischur chegou a ser preso, mas teve sua condição revertida para a de vítima, em decisão que causou polêmica no meio jurídico.
Agora, quase uma década depois, o empresário volta ao noticiário policial. Embora não tenha sido preso, é investigado por suspeita de envolvimento em um novo esquema de corrupção, desta vez com ramificações federais e internacionais. A Operação Imperium Messis cumpre 11 mandados de busca e apreensão em Roraima e Mato Grosso, com bloqueio de bens que somam até R$ 1,8 milhão.
A trajetória de Willians Paulo Mischur, que já foi peça-chave para derrubar um governador, agora é novamente colocada sob os holofotes.





