O mototaxista Daferson da Silva Nunes, de 36 anos, foi sequestrado e torturado por várias horas antes de ser executado com tiros na cabeça na terça-feira (21), no Distrito do Sucuri, em Cuiabá. Ele havia sido acusado de estuprar uma jovem de 21 anos durante uma corrida por aplicativo. Segundo o delegado Michael Paes, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o crime foi planejado por criminosos de uma facção que se apresentaram como “justiceiros”.
LEIA MAIS: Piloto de aplicativo suspeito de estuprar jovem em VG é encontrado morto
De acordo com as investigações, boatos sobre o suposto estupro se espalharam em grupos de WhatsApp, motivando a ação da quadrilha. Daferson foi atraído até a região, teve mãos e pés amarrados e foi agredido com chutes, socos e facadas.
Depois de horas de tortura, ele foi morto a tiros. O delegado classificou os autores como “verdadeiros terroristas” e criticou a prática de justiça pelas próprias mãos: “Esses criminosos impõem medo e destroem famílias. Não são justiceiros e não devem ter suas ações celebradas”, disse Michael.
A jovem denunciou o motoboy na segunda-feira (20), relatando que, durante a corrida, ele desviou o trajeto para uma estrada vicinal e cometeu o crime. Ela afirmou ainda que o suspeito perguntava repetidamente se ela estava “gostando”. Após a denúncia, Daferson procurou a polícia alegando que estava sendo caluniado e que a jovem não havia pago a corrida, além de negar o estupro.
O caso provocou grande repercussão nas redes sociais, dividindo opiniões. Colegas de profissão do motoboy defenderam sua índole, enquanto outros ressaltaram a gravidade da acusação. A Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) encontrou sêmen no corpo da vítima, mas ainda não confirmou se o material pertence a Daferson. A investigação segue em andamento.