O governador Mauro Mendes (União Brasil) se posicionou a favor da taxação dos super-ricos no Brasil, mas fez críticas à gastança promovida pelo Governo Lula (PT). Segundo o chefe do Executivo estadual, é necessário que aqueles que têm maior capacidade financeira contribuam mais, desde que o dinheiro arrecadado seja bem aplicado e acompanhado de um enxugamento das despesas públicas.
“Eu acho que tem que ter nesse país uma maior contribuição de quem mais pode contribuir. Eu acho que se tem gente super-rico por aí pode, sim, contribuir, tem que contribuir mais com país”, disse o governador à imprensa.
A discussão sobre a taxação dos super-ricos voltou ao centro do debate após representantes de esquerda levantarem a campanha denominada “Taxação BBB: Bilionários, Bancos e Bets”, em referência à proposta do Governo Federal de aplicar tributos específicos a pessoas com renda anual acima de R$600 mil.
Embora seja a favor de taxar os super-ricos, Mauro Mendes fez questão de ressaltar que o problema da má gestão dos recursos públicos é tão grave quanto a injustiça tributária. Segundo ele, a revolta do povo brasileiro não vem apenas da alta carga de impostos, mas da percepção de que os recursos não são devidamente revertidos em serviços públicos de qualidade.
“O que revolta muita gente no país, não é só pagar mais imposto, é não ver o dinheiro dos impostos voltando adequadamente”, disse.
O governador também fez um paralelo com sua gestão em Mato Grosso, destacando que conseguiu equilibrar as contas com aumento de arrecadação e rigor fiscal. Ele lembra que promoveu mudanças que aumentaram a contribuição de setores econômicos, como o agronegócio, mas fez bom uso do dinheiro.
“Quando eu entrei pro governo, de alguma forma eu coloquei os produtores para pagar mais, só que eu apliquei corretamente o dinheiro”, afirmou.
Em tom de crítica, Mauro Mendes cobrou do Governo Federal o controle de gastos. Para o governador, o presidente Lula tem falado em cortar despesas, mas até o momento, nenhuma medida concreta foi apresentada.
“Essa história de cortar despesa tá sendo falado e nada foi apresentado efetivamente até o presente momento”, criticou.
“Só sobra dinheiro pra investir se você aumentar receita, mas cortar despesa também. Senão não há dinheiro que dê se você arrecadar muito e continuar gastando mal, e isso me parece que está acontecendo no Governo Federal”, acrescentou.
Mendes ressaltou que, em Mato Grosso, a combinação de aumento de receita com corte de gastos tem permitido investimentos importantes, como melhorias em hospitais e na BR-163.
“Nós trabalhamos pra aumentar a receita, mas trabalhamos pra cortar despesa. Eu faço isso todos os dias, evitando que a despesa cresça, pra sobrar dinheiro pra investir”, finalizou.
