Com nome à disposição para disputar a Mesa Diretora da Câmara de Cuiabá, a vereadora Maysa Leão (Republicanos) defende a independência da Casa de Leis e afirma que a Câmara não pode ser subserviente à Assembleia Legislativa e muito menos ao prefeito eleito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL).
“A Mesa precisa ser debatida, ela não vai ser imposta. Uma Mesa com debate que vise os interesses da Câmara Municipal de Cuiabá enquanto um parlamento independente e que funciona. (...) A Câmara não pode ser viabilizada pela Assembleia, a Câmara não pode ser viabilizada pelo prefeito. A Câmara tem que ser viabilizada pela Câmara”, afirmou Maysa nesta terça-feira (5).
A eleição para a escolha da nova Mesa Diretora acontece somente no dia 1º de janeiro de 2025, porém, os vereadores eleitos já estão se movimentando para formar as chapas que irão disputar o pleito. Inclusive, com chapa 100% feminina encabeçada pela vereadora eleita Paula Calil (PL).
A fala de Maysa faz referência a duas situações que podem configurar interferência externa na escolha para a presidência do Legislativo Cuiabano.
A primeira delas é um recado para o deputado estadual e presidente do PSB em Mato Grosso, Max Russi. Como o PSB é um dos partidos com a maior bancada de vereadores a partir do ano que vem, Max insiste que o presidente da Mesa seja algum vereador da sigla. O nome indicado foi o do novato Ilde Taques (PSB).
Acontece que a partir de fevereiro de 2025, Max Russi toma posse como o novo presidente da Assembleia Legislativa de Mato Groso. Portanto, ter o PSB comandando os Legislativos estadual e municipal é crucial para que a sigla chegue forte nas eleições de 2026.
Já o segundo recado de Maysa vai para o prefeito eleito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL). Até semana passada, o liberal dizia que não iria interferir na eleição. Todavia, nesta terça, ele voltou atrás e indicou o nome de Paula Calil (PL) na disputa. De acordo com ele, essa indicação tem como objetivo evitar que lideranças do PT e ligadas ao ministro Carlos Fávaro (PSD) e ao deputado Eduardo Botelho (União) comandem a Casa de Leis.