Nesta segunda-feira (23), Patrícia Cosmo, filha de Maria Zélia da Silva Cosmo - vítima de um assassinato brutal em 2019, em Sorriso, no Mato Grosso - manifestou indignação após a Justiça autorizar a desinternação de Lumar Costa da Silva, autor do crime. “Acabou a nossa paz”, declarou em entrevista à Rádio Capital FM 101.9.
O crime causou comoção nacional pela sua brutalidade. Em 2 de julho de 2019, Lumar Costa da Silva, então com 28 anos, matou a tia, Maria Zélia da Silva Cosmo, de 55 anos, a facadas, arrancou o coração da vítima e entregou o órgão à filha dela.
À época, durante interrogatório, Lumar afirmou que cometeu o assassinato por acreditar que a tia era uma "bruxa" que sugava sua energia vital, justificando o ato com delírios persecutórios e sexuais. Desde outubro de 2023, ele estava internado no Hospital Psiquiátrico Adauto Botelho, em Cuiabá, para tratamento psiquiátrico.
No entanto, uma decisão assinada pelo juiz Geraldo Fernandes Fidelis Neto, da 2ª Vara Criminal de Cuiabá, determinou na última sexta-feira (20) a transferência de Lumar para a comarca de Campinápolis, no interior de São Paulo. Lá, ele cumprirá medida de segurança em regime ambulatorial, sob os cuidados do pai. Na prática, isso significa que continuará o tratamento médico-psiquiátrico fora de uma instituição, sendo acompanhado por profissionais de saúde por meio de consultas periódicas e outras atividades terapêuticas.
Laudos psiquiátricos indicam que o réu sofre de transtorno mental crônico e incurável, mas que está atualmente em estabilidade clínica e com juízo crítico preservado. Apesar disso, ele continua sendo considerado perigoso.
A nova fase do tratamento inclui regras rígidas, como comparecimento mensal ao CAPS, proibição de sair da comarca sem autorização judicial, além da vedação ao uso de drogas, álcool e frequentação de locais impróprios. A medida valerá por um ano, com reavaliação ao fim do prazo.
Abalada, Patrícia expressou o temor da família: “É medo, né? Infelizmente a gente fica com medo, a gente tem temor. A gente não sabe… na verdade, eu não sei nem o que… não sei nem como que eu vou fazer para poder fugir disso. Ainda tô processando”.
Acompanhe o áudio de Patrícia em entrevista à Rádio Capital FM 101.9