O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, visitou nesta segunda-feira (1º) o novo centro de detenção para imigrantes irregulares, instalado no antigo Aeroporto Dade-Collier, uma área isolada no meio dos Everglades, na Flórida. Apelidada de “Alcatraz dos Jacarés” pela imprensa local, a unidade provisória foi construída em tempo recorde, em meio a pântanos e região conhecida pela grande presença de jacarés, cobras e outros animais selvagens.
O centro foi erguido em menos de dez dias, utilizando tendas e estruturas móveis da agência federal de emergências. A expectativa é que, inicialmente, o espaço abrigue cerca de mil imigrantes considerados de “alto risco” — como pessoas com antecedentes criminais — mas a capacidade pode chegar a cinco mil detidos.
Durante a visita, Trump, em tom de ironia, fez comentários polêmicos sobre as condições do local. “Vamos ensiná-los a fugir de um jacaré… suas chances aumentam em 1%”, declarou. Em outro momento, afirmou que “há muitos policiais em forma de jacaré por aqui… e o melhor é que não precisam de salário”.
O projeto, idealizado por autoridades republicanas da Flórida, entre elas o governador Ron DeSantis, e com apoio federal, tem como objetivo acelerar a detenção e deportação de imigrantes que entraram de forma irregular no país. A construção e operação da unidade devem consumir cerca de US$ 450 milhões anuais.
O centro, no entanto, já enfrenta uma onda de críticas. Ambientalistas denunciam o impacto ambiental da instalação em plena reserva de vida selvagem, habitat de espécies ameaçadas, como a pantera-da-Flórida. Organizações de defesa dos direitos humanos e representantes das comunidades indígenas Miccosukee e Seminole também protestaram contra o uso da região, considerada sagrada para suas culturas.
O Departamento de Justiça e grupos ambientalistas ingressaram com ações na Justiça para tentar barrar a continuidade das operações, apontando riscos à fauna local e violações a direitos constitucionais de imigrantes em território americano.
A unidade deve permanecer ativa ao menos até o fim de 2025, sendo um dos pontos centrais da política migratória defendida por Trump e seus aliados para as próximas eleições presidenciais.