A investigação que levou à prisão de Larissa Karolina Silva Moreira, de 28 anos, por maus-tratos contra animais em Cuiabá, ganhou novos contornos com o depoimento do namorado da acusada, prestado à Polícia Civil. Ele afirmou que sofreu agressões físicas da estudante e que aceitava adotar gatos em nome dela por medo de ser atacado novamente.
Segundo o depoente, o relacionamento com Larissa já dura seis anos, mas eles não moram juntos. Ele relatou às autoridades que, no início de 2025, a companheira passou a solicitar que adotasse gatos para ela, o que acatou por temor de retaliações, já que, em um episódio anterior, teria sido ferido por ela com um secador de cabelo, resultando em uma cicatriz nas costas.
Desde então, o rapaz intermediou a adoção de quatro gatos por meio de ONGs, sites de compra e venda e redes sociais. Em um dos episódios mais chocantes, no dia 31 de maio, ele foi chamado até o apartamento da estudante e encontrou o chão manchado de sangue e um cabo de vassoura de metal entortado. Questionada, Larissa alegou que o sangue era de um arranhão sofrido ao tentar medicar um gato, de nome Nescau, que “não estava mais ali”.
No dia 8 de junho, novamente acionado, o namorado encontrou mais manchas de sangue no apartamento. Dessa vez, Larissa admitiu ter matado o gato, justificando que o animal a havia arranhado. Sem fornecer detalhes sobre o destino do corpo, o namorado suspeitou que ela descartava os animais mortos em uma área de mata nos fundos do prédio, local onde a polícia efetivamente encontrou restos mortais.
Na véspera da prisão, ele levou os policiais ao “cemitério de gatos” improvisado. De acordo com o relato, Larissa mantinha contato com os protetores que cediam os bichos, mas depois dizia que os animais haviam fugido, morrido envenenados ou simplesmente desaparecido, bloqueando os protetores em seguida.
Um cachorro preto, ainda filhote, foi encontrado vivo e resgatado pela Delegacia Especializada de Meio Ambiente (Dema) durante a ação policial.
Embora o namorado tenha sido liberado por falta de provas concretas, ele segue sendo investigado por possível cumplicidade ou omissão dolosa, uma vez que continuou entregando animais à acusada mesmo após episódios evidentes de desequilíbrio emocional e violência.