Um adolescente de 13 anos ficou gravemente ferido após ter o corpo incendiado no bairro São Francisco, em Sorriso (a 380 km de Cuiabá), no última quinta-feira (13). O caso, que inicialmente havia sido comunicado como um acidente, passou a ser investigado pela Polícia Judiciária Civil diante de indícios de que a ação pode ter sido intencional, por conta de um suposto desentendimento entre o pai do menino e o suposto autor do crime. As informações são do Nortão MT.
De acordo com relatos da família da vítima, o menino teria sido chamado até a casa de uma vizinha de 12 anos de idade, onde também estava o namorado dela, um adolescente. Ao tentar deixar o local, o adolescente acabou atingido pelas costas com gasolina e, na sequência, teve o corpo incendiado. Mesmo ferido, ele conseguiu correr até a própria residência, onde familiares acionaram socorro.
O pai do menino contou que, no primeiro momento, acreditou na versão de acidente, mas depois recebeu outra narrativa de moradores da região.
“No outro dia, o vizinho veio aqui e contou a verdade. Ele disse que mandaram ele falar que tinha sido acidente, mas não era. Meu filho virou as costas para ir embora e jogaram gasolina e fogo nele”, relatou.
Ainda segundo o pai, antigos conflitos com a família dos possíveis envolvidos podem ter motivado a agressão. Ele afirma que um dos jovens mencionados acumula denúncias de furtos no bairro.
“Eu sou adulto. Se tem algo comigo, que venham falar comigo. Mas mexer com uma criança de 13 anos, que nunca fez mal pra ninguém, é incompreensível! Motivo, com [meu filho], não tinha. Talvez alguma queixa com a minha pessoa, porque eu sou dono de estabelecimento comercial aqui e essa pessoa tem um filho que é usuário de droga, que rouba todo mundo aqui na rua. Eu falei 'só fala pra ele não roubar nada na minha casa porque vai ficar ruim, porque todo dia seu filho rouba um, rouba outro'”, desabafou.
O menino sofreu queimaduras em várias partes do corpo, incluindo costas, braços, rosto e abdômen. Após receber os primeiros atendimentos em Sorriso, aguarda transferência para uma unidade especializada em Cuiabá.
“Se eu pudesse estar no lugar dele mil vezes, eu estaria. Nenhum pai merece ver o filho nessa situação. Mas ele é forte, está lutando. Agora é esperar a transferência e ter fé”, afirmou.
Apesar da gravidade, o estado de saúde do adolescente é considerado estável, segundo a família. O trauma, porém, deve deixar marcas profundas. “É algo que ele nunca vai esquecer. E nós também não”, lamentou o pai.
A Polícia Judiciária Civil abriu inquérito para esclarecer o caso. O procedimento está sob responsabilidade do delegado Bruno França. O Conselho Tutelar também acompanha a situação.


