A Câmara Setorial Temática (CST) da Saúde Indígena da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) realizou uma visita técnica ao Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Xavante, com o objetivo de fortalecer a articulação institucional voltada à saúde dos povos originários. A unidade, localizada em Barra do Garças (509 km a leste de Cuiabá), é responsável pelo atendimento de aproximadamente 28 mil indígenas, distribuídos em 12 municípios da região.
A comitiva foi recebida pelo coordenador do DSEI, Crisanto Xavante, e contou com a presença da Presidente da CST, Paloma Alves Velozo, além de lideranças locais. Durante o encontro, foi apresentada a proposta da Câmara, que visa integrar ações entre o Governo Federal, o Governo do Estado e as prefeituras, superando entraves no atendimento de média e alta complexidade.
A CST da Saúde Indígena foi criada a partir de requerimento do deputado estadual Max Russi, que acompanha de perto os avanços da iniciativa. “Nosso compromisso é romper as barreiras que dificultam o acesso dos povos indígenas à saúde pública. O SUS é para todos, e o atendimento deve ser integral e universal”, destacou o parlamentar.
Hoje, a atenção básica nas aldeias é realizada pelo Governo Federal, por meio do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SasiSUS). Entretanto, quando há necessidade de cuidados mais especializados, os indígenas precisam ser encaminhados aos municípios, onde muitas vezes encontram resistência. A Câmara busca justamente conscientizar e envolver os municípios na corresponsabilidade do atendimento, como prevê o Sistema Único de Saúde.
Segundo o Censo de 2022 do IBGE, Mato Grosso abriga mais de 55 mil indígenas. A maioria vive em terras originárias, fundamentais para a preservação cultural e a sobrevivência dos povos. A Câmara Setorial Temática da Saúde Indígena atua como ponte entre as comunidades e o poder público, promovendo escuta qualificada, articulação política e soluções práticas.
A iniciativa também prevê ações complementares, como destinação de emendas parlamentares, melhorias de acesso viário às aldeias, capacitação para gestores e servidores da saúde, além da consolidação de políticas públicas voltadas à promoção da equidade no atendimento.