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Domingo, 29 de Junho de 2025, 18h:58 - A | A

‘PRINCIPAIS ATORES’

Vídeos; 'Tem que dar certo', diz Ananias sobre candidatura de Mauro, Medeiros, Fagundes e Pivetta

Presidente regional afirmou que tem "gastado neurônios" na busca por conjecturas em todo o Estado

Da Redação

O presidente regional do Partido Liberal (PL), Ananias Filho, afirmou que tem “gastado neurônios” com as articulações para as eleições de 2026. Entre os principais impasses está a disputa por espaço entre grandes nomes que almejam as mesmas vagas, mas se encontram em grupos políticos distintos. Projeto que, segundo ele, “tem que dar certo”, especialmente por envolver os principais protagonistas do cenário estadual: o governador Mauro Mendes (União), o vice Otaviano Pivetta (Republicanos), o senador Wellington Fagundes e o deputado federal José Medeiros, ambos do PL.

Durante entrevista concedida na terça-feira (24), na Câmara de Cuiabá, Ananias foi questionado sobre a construção de candidaturas para o próximo pleito. Diante do recuo do megaprodutor rural Odídio Balbinotti, que havia demonstrado interesse em disputar o governo do Estado pelo PL, o dirigente reforçou o nome de Fagundes.

Embora ainda não haja uma definição oficial, Ananias sustenta que o senador cumpre todos os critérios para concorrer ao Palácio Paiaguás. A decisão, no entanto, será sacramentada apenas na convenção partidária.

Em meio à “cama de gato” nas articulações pelas vagas majoritárias, Ananias assegurou que o PL manterá seus projetos próprios e não abrirá mão deles. Ainda assim, reconhece a importância de figuras como Mauro e Pivetta permanecerem no jogo político, mesmo que não façam parte do mesmo grupo.

“Isso aí não posso falar, mas tem que dar certo. O Mato Grosso está dando certo. Esses são os atores principais. Nós temos que fazer dar certo. O PL tem um projeto, nós não iremos abrir mão dele”, declarou.

Apesar da aproximação recente de Mauro Mendes ao PL, ao participar de eventos com o ex-presidente Jair Bolsonaro, a relação do governador com o diretório regional segue distante. Mendes enfrenta um impasse interno no União Brasil, onde pretende disputar o Senado. Para isso, teria de apoiar a candidatura de Jayme Campos ao governo. Caso contrário, Jayme pode optar por buscar a reeleição ao Senado, colocando os dois na disputa pela mesma vaga.

A possibilidade de migração de Mendes para o PL também encontra resistência. Isso porque, ao ingressar na legenda, o governador teria de enfrentar José Medeiros, nome já consolidado no projeto bolsonarista. Mesmo com duas vagas disponíveis na disputa ao Senado em 2026, o passado revela que candidatos com perfis semelhantes raramente conseguem sucesso em dobradinhas.

Do outro lado está Pivetta, que tem como objetivo disputar o governo. No PL, a chance é praticamente nula, já que o partido defende candidatura própria. No União, a sombra de Jayme ainda paira. Ainda assim, o vice-governador conta com apoios estratégicos dos principais cabos eleitorais do Estado, como o do próprio Mauro Mendes e do prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), com quem mantém relação próxima. No entanto, nenhum deles pertence ao grupo de Pivetta.

O cenário também não é confortável para Wellington Fagundes. Dentro do PL, ele enfrenta resistências entre os bolsonaristas mais alinhados. É chamado de “melancia” – verde por fora, vermelho por dentro – em referência ao seu histórico de alianças com a esquerda. Fagundes tem pouco tempo para consolidar um projeto que consiga adesão dentro da legenda e, posteriormente, entre o eleitorado.

No caminho tinha uma Janaina

Questionado sobre a possibilidade de aproximação com a deputada estadual Janaina Riva (MDB), pré-candidata ao Senado, Ananias foi categórico ao negar qualquer tratativa.

A parlamentar é a mulher mais votada do Estado em duas eleições consecutivas e hoje é a principal liderança feminina. Somado a isso, a pretensa senadora lidera pesquisas de intenção de voto para 2026, mas é nora de Fagundes. Mesmo assim, segundo o presidente do PL, o grau de parentesco não influencia nas decisões da legenda.

“Não estamos analisando nenhum cenário fora da composição de 2022. A Janaina é do MDB, partido forte e que tem condições de lançar candidatos ao governo e ao Senado. Nós não estamos preocupados com os projetos deles. Essa questão da deputada, que tem as melhores eleições dos últimos anos, ser nora do senador não quer dizer nada em relação ao PL. O parentesco deles não influencia em nada”.
 

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